News Update :

Atacante brasileiro se destaca na terra do ídolo português Eusébio

24/11/2011


Lucas Fernando diz que já sofreu nas mãos de empresários e quase desistiu da carreira


Aos 23 anos, o atacante brasileiro Lucas Fernando brilha nos gramados do futebol moçambicano, terra de Eusébio — o ídolo dos portugueses, nascido no pequeno e pobre país africano, então província de Portugal.


Jogar na África não era o sonho de infância deste atacante brasileiro, nascido no Distrito Federal. Geralmente fazer fama em um grande clube nacional ou da Europa é o principal objetivo de quem inicia uma carreira no esporte, e a vontade de Lucas Fernando era tomar esse destino, contudo, o jogador não está arrependido de ter escolhido um time em Moçambique.

Eu pensei muito, pedi opiniões de várias pessoas. Falei ‘poxa, vou pra um país que quase ninguém conhece e que eu nunca tinha ouvido falar que existia futebol. País além do mais pobre’”, revela o jogador. “Eu saio na rua aqui todo mundo me para, me chamam aqui de Wayne Rooney brasileiro (risos). Todos admiram meu trabalho, são muito acolhedores e humildes”, completa, garantindo que está feliz em terras distantes.

Carreira

Ir jogar no futebol moçambicano também é um reflexo do que Lucas Fernando viveu até poder ir para o país africano. As desilusões vividas pelo jogador servem de exemplo para muitos garotos que têm o mesmo sonho dele, quando pequeno: jogar futebol. Viver longe da família, saber lidar com perdas e malandragem de empresários foram alguns dos desafios enfrentados pelo atleta, que hoje atua na Liga Muçulmana, atual campeão da primeira divisão do futebol de Moçambique.

Para brilhar no futebol internacional, e se projetar para o futebol europeu – ele aguarda uma transferência – Lucas Fernando teve que vencer obstáculos e resistir a si mesmo. Desistir foi um pensamento que passou tão rápido quanto a transição entre ser uma promessa, no futebol brasileiro, e realidade, fora do país.

A carreira começou cedo, aos sete anos de idade. No entanto, Lucas Fernando deu seus primeiros sinais de que teria um futuro em outro esporte. Foi no futsal que despontou como um jogador de habilidade, quando atuou pelo Sodeso, em Sobradinho, no Distrito Federal.

Jogando em um time com idade superior a sua, logo se destacou pela facilidade com que marcava gols. Aos 12 anos, por “não ter tamanho”, foi dispensado pelo Flamengo, em uma peneira. Mas não foi sua única decepção. Ainda teve que superar a perda de uma oportunidade no Fluminense por causa de uma epidemia de dengue que atingia o Rio de Janeiro, teve que mudar de rota e foi para Salvador.



Edílson – O Capetinha




Entre idas e vindas, chamou a atenção do Vitória, mas não de um diretor, que o colocou para treinar separado do grupo, junto com outros, que faziam teste para a pré-temporada da equipe. Nesse dia, Edílson – o Capetinha – foi fazer uma visita ao amigo Vampeta, que estava no Vitória. Ao ver Lucas Fernando, se encantou pelo futebol do garoto e decidiu agenciar sua carreira.

Eles estavam assistindo ao coletivo, pois os dois sobrinhos de Edílson estavam fazendo teste. Ele perguntou para o treinador o porque deu estar ali. Disse que eu parecia muito com o Petkovic (ex-Flamengo) jogando e deveria estar na equipe principal do Vitória. Desse dia em diante as coisas mudaram pra mim”, conta Lucas Fernando.

Edílson abordou o jogador e disse que cuidaria de sua carreira, deixando Lucas Fernando espantado. “Como um pentacampeão sabia meu nome?”, lembra o jogador.

Apesar de ter Edílson comandando sua carreira, a vida não ficou mais fácil. Troca de técnicos, dirigentes, rusgas entre seu empresário e o clube e a pouca idade impediram o jogador de ir cedo para a Europa mostrar seu futebol. Foi também quando perdeu sua mãe de criação. A vontade de abandonar o esporte bateu.

A resistência à desistência

Pressionado pela família para que buscasse algo que desse futuro, pensou em retomar o curso de direito, que havia abandonado. “As pessoas falavam que era pra eu procurar outra coisa, que eu já tinha perdido minha oportunidade e que deveria trabalhar e estudar. E eu pensava muito na minha mãe de criação que sempre me apoiou muito e dizia pra não desistir”, diz o jogador.

Fernando decidiu continuar com seu sonho. Em sua vida, outra oportunidade apareceu. Conheceu Hans Lamberz, empresário de Sylvinho (Corinthians e Barcelona), que prometeu levá-lo para a Alemanha. Contudo, foi parar no futebol Iraniano. O choque com a cultura local, o clima e o preconceito, no entanto, o fizeram retornar ao Brasil sem alcançar o objetivo de ir para o futebol europeu.

De volta ao Brasil, passou pelo Vasco, mas em um time composto por Ramon, Morais, Romário e Edílson, e comandado por Renato Gaúcho, não teve oportunidades, e pela Portuguesa Santista, mas lesões acabaram por enterrar suas chances nessas equipes.

Os laços criados na Portuguesa renderam, no entanto, uma amizade muito próxima com o treinador Alex Alves (comanda o Ferroviário de Nampula), que o indicou para atuar no futebol de Moçambique.

Eu achava que futebol moçambicano era muito fraco, mas mudei meus conceitos depois que vim pra cá. A intensidade do trabalho aqui é muito forte, eles usam muita força, a velocidade, eles correm demais e têm jogadores habilidosos como em outros lugares do mundo”, analisa Fernando.

Sobre o futebol local, o jogador aponta que, assim como no país, que tenta a reconstrução após anos de guerra civil, há deficiências, mas vê potencial para crescimento. “A Liga Muçulmana tem estádio próprio, somos patrocinados pela Nike, Pepsi e Vodacom”, conta.

O campeonato nacional precisa melhorar muito pra ser reconhecido, mas já está entre um dos melhores da África. Nosso time aqui jogou a Liga dos Campeões esse ano, mas saiu na primeira fase. O clube só tem 20 anos de fundação e atuando no campeonato nacional somente a 5 anos”.
Share this Article on :

1 comentários:

Anônimo disse...

Olá amigo, seu blog foi selecionado para ser um Blogueiro responsável. Selecionamos os blogs mais influentes dentro de cada área, e estamos convidado os mesmos para participar da campanha de Marketing Digital da Casa Ronald McDonald RJ. Caso você queira participar, pedimos que envie um email para midiassociais@casaronald.org.br para que possamos explicar melhor como funcionaria!
Será um prazer ter seu blog como parceiro da Casa Ronald McDonald. Abrace a casa. Esperamos seu contato.
Abraços

Postar um comentário

 

© Copyright Futebol Oficial - Nosso futebol é a Lusofonia 2010 -2011 | Design by Herdiansyah Hamzah | Published by Borneo Templates | Powered by Blogger.com.